domingo, 21 de agosto de 2016

PLÁGIO? - LOGOMARCA OLIMPÍADAS RIO 2016

Por Agnaldo Tavares


Quando observo o desenho logomarca das Olimpíadas do Rio 2016, me vem claramente a memória um dos desenhos do excêntrico e genial pintor francês Pablo Picasso, reproduzido por Lionel Préjger, na capa de um livro de poesias, comemorativo ao Prêmio Nobel de Literatura atribuído ao poeta italiano Giosuè Carducci. Estes desenhos foram inspirados na célebre tela pintada pelo pintor francês Henri Matisse, intitulada "A Dança".

Para a composição da logomarca dos jogos, foi necessário uma equipe formada por um número grande de pessoas, que trabalharam por dias na tentativa de trazer ao público algo novo que identificasse com o estado sede dos jogo olímpicos 2016, Rio de Janeiro.

Mas, o curioso de tudo é a aproximação que esta logomarca traz através dos traços, cores e movimentos idênticos ao desenho de Picasso na capa de Carducci. Seria uma coincidência? Estes designers nunca tivera contato com as obras de Matisse e Picasso?

Matisse diz que inspirou sua dança (pintura) nos pescadores que ele observava com encantamento... O qual foi criticado na época por plágio da obra "A Sagrada Primavera", de Igor Stravinsky. Picasso inspirou-se em Matisse, e deixou claro isto... Agora, quem inspirou os designers da agência Tátil Design de Idéias?

Veja as imagens à seguir...



Logomarca Olimpíadas do Rio 2016



Desenho de Picasso, reproduzido por Lionel Préjger


" A Dança" Henri Matisse


"A Sagrada Primavera", Igor Stravinsky



sexta-feira, 20 de novembro de 2015

ARTE...! O QUE É?

Por Agnaldo Tavares




Imagem Internet: performance Macaquinhos.



Diante a inquietação do que se deva considerar por arte ou não arte em meio as transformações tão ligeiras do mundo contemporâneo, nos perguntamos: há um conceito definido sobre o que realmente é arte? Há uma característica intrínseca ou características que se possa apontar a dois objetos e dizer, este é arte e aquele não o é?

Bem, vamos entender, ou tentar, na leitura do pensamento do poeta e critico em arte, Ferreira Gullar, o qual defende que a arte não é manifesta em qualquer pessoas, é necessário ter algo que os grandes mestres da antiguidade possuía, o que parece faltar a muitos considerados artista da nossa atualidade.

"Já eu considero uma piada achar que todas as pessoas têm o mesmo talento artístico de Leonardo da Vinci e de Vincent van Gogh ou que esse talento seja apenas mais um preconceito inventado pelos antigos. As pessoas são iguais em direitos, mas não em qualidades." (Ferreira Gullar).

Assim como o Sr. G., em O Pintor da Vida Moderna, de Baudeleire, não gostava de ser chamado de artista, mas de homem do mundo, talvez, nós, ao perceber que a palavra "arte" tenha se tornado tão banalizada, pois qualquer merda (no sentido literal mesmo) é conceituada por ela, a gente deva inventar uma nova palavra que seja melhor enquadramento àquilo que os antigos criavam e que, em nosso tempo, vulgarizou-se.

Não estou a dizer que não exista artista como antigamente, apenas que os que existem e fazem sua arte expressando-se, tentando dizer algo valioso através das ferramentas e, mais que a habilidade de que possuem, não merecem serem rotulados por uma palavra que igualam a todos a um só rebanho.

O artista, ou homem do mundo, não é um ser melhor que outros, mas um ser diferente em sua maneira de expressar-se, emprestando seus ombros para que os outros possam ver o mundo através da perspectiva que a arte oferece em possibilidades de enxergar as coisas ao seu redor, muitas vezes óbvias.


Vamos ao texto de Gullar:



"A beleza do humano, nada mais"



Confesso que, espontaneamente, nunca me coloquei esta questão: para que serve a arte? Desde menino, quando vi as primeiras estampas coloridas no colégio (que estavam muito longe de serem obras de arte) deixei-me encantar por elas a ponto de querer copiá-las ou fazer alguma coisa parecida. Não foi diferente minha reação quando li o primeiro conto, o primeiro poema e vi a primeira peça teatral. Não se tratava de nenhum Shakespeare, de nenhum Sófocles, mas fiquei encantado com aquilo. 

Posso deduzir daí que a arte me pareceu tacitamente necessária. Por que iria eu indagar para que serviria ela, se desde o primeiro momento me tocou, me deu prazer? Mas se, pelo contrário, ao ver um quadro ou ao ler um poema, eles me deixassem indiferente, seria natural que perguntasse para que serviam, por que razão os haviam feito. Então, se o que estou dizendo tem lógica, devo admitir que quem faz esse tipo de pergunta o faz por não ser tocado pela obra de arte. E, se é este o caso, cabe perguntar se a razão dessa incomunicabilidade se deve à pessoa ou à obra. Por exemplo, se você entra numa sala de exposições e o que vê são alguns fragmentos de carvão colocados no chão formando círculos ou um pedaço de papelão de dois metros de altura amarrotado tendo ao lado uma garrafa vazia, pode você manter-se indiferente àquilo e se perguntar o que levou alguém a fazê-lo. E talvez conclua que aquilo não é arte ou, se é arte, não tem razão de ser, ao menos para você. Na verdade, a arte - em si - não serve para nada. 

Claro, a arte dos vitrais servia para acentuar atmosfera mística das igrejas e os afrescos as decoravam como também aos palácios. Mas não residia nesta função a razão fundamental dessas obras e, sim, na sua capacidade de deslumbrar e comover as pessoas. Portanto, se me perguntam para que serve a arte, respondo: para tornar o mundo mais belo, mais comovente e mais humano.








sexta-feira, 11 de setembro de 2015

É PLÁGIO PINTAR UMA FOTOGRAFIA?

Por Agnaldo Tavares



Fazer um desenho ou pintura tomando por base uma fotografia encontrada num jornal impresso, revista ou internet é plágio? Muitos artistas já fizeram e fazem para si mesmo esta pergunta que parece um tanto intrigante.

No mundo da arte contemporânea o artista tem uma vivência “desregrada”, ou seja, já não é mais preso às regras da arte, como eram os artistas na antiguidade, àqueles que produziam suas obras a partir de um conjunto de regras estabelecidas pelo poder mandante em sua época, quer seja político ou religioso.

Esse “desregrado”, que surge com uma força intensa no final do século XX, fez com que o artista tornasse mais expressivo em suas criações, pusesse mais de si na obra, se doasse mais intensivo ao mundo da arte. Afinal, o artista não tem uma visão comum das coisas, não vê uma árvore apenas como um conjunto acabado, mas uma possibilidade de recriação infinita.


Sem aprofundar no conceito de artista, o que é quase que impossível conceituá-lo, vamos ao ponto interrogativo ao nosso dialogo: é ou não plágio reproduzir uma fotografia através da pintura ou desenho? Para reforçar nossa crítica quanto a isso, exemplificaremos citando dois artistas atuais que fizeram tal uso da fotografia para compor sua (as) obra (as): o cantor americano, também pintor, Bob Dylan e o pintor belga Luc Tuymans.

Bob Dylan fizera uma exposição, em 2011, na Gagosian Gallerr, em Nova York, intitulada The Asia Series, uma serie de pinturas feitas por ele, segundo o qual, como registro de países da Ásia em que esteve. O curioso em suas obras, notadas pelo público visitantes à exposição e por críticos em arte, é que elas são idênticas a fotografias que já tiveram conhecimento em outras oportunidades. No outro caso, o de Luc Tuymans, ele havia feito uma pintura de uma fotografia do rosto de um homem encontrada na página de um jornal sobre política, o que lhe rendeu condenação num Tribunal de Antuérpia.

Tanto Luc Tuymans quanto Bob Dylan nega que seu trabalho deva ser considerado plágio, portanto, para eles, não há crime cometido em fazer uso de uma imagem para compor uma pintura. Será?


Fotografia (a cima) base para a pintura de Bob Dylan



Fotografia (a cima) base para a pintura de Luc Tuymans




domingo, 6 de setembro de 2015

DÓRIS HELENA - Uma artista autodidata

Por Agnaldo Tavares






Dóris Helena Soares da Silva Giacomolli, nasceu em São Lourenço do Sul, Rio Grande do Sul. Mas, como ao artista não basta tão só a arte de nascer – é preciso brilhar! Dóris brilhou ainda quando menina, no instante em que seus olhos fascinaram numa caixinha de lápis de cores da coleguinha de classe, ali acordara o instinto da arte que nascera com ela, e começava então a clarear seu universo artístico...

Aos vinte anos, ou um pouco mais, foi então que um anjo certo dera-lhe as mãos pincéis e tintas, e na sua frente pusera uma tela... Um anjo, como o que falara a Drummond: “Vai, Carlos! ser gauche na vida”, disse a Dóris: “Vai, Dóris! ser artista na vida!” E ela seguiu...

Sob o pincel, como em mágica, nascia a beleza dos versos pintados... E os anjos bradavam: “São poemas que ela pinta! As rimas são as tintas!” Dóris rimos (pintou) seus primeiros trabalhos em uma atmosfera confusa... Por escolhas das necessidades que a vida propõe, Dóris abandonara os pincéis por algumas vezes, apenas os pincéis, pois o gênio criativo a acompanhava, sempre ativo no seu interior, ganhando asas para em momentos oportunos voar! Brilhar! Pintar!...

Dóris fez vestibular e, com muito esforço ganhou uma bolsa para o curso de Artes Plásticas, porém não chegou a concluir o primeiro semestre, pois as necessidades lhe impulsionara a outros caminhos... Formou-se em docente, e passou a exercer a profissão em Língua Portuguesa, inglesa e literatura. Graças ao seu filho mais velho que ela descobriu uma nova arte, o jogo de xadrez, que passou a ensinar a seus alunos no colégio que leciona... Arte que tornou a ser tema bastante trabalhado em suas telas, uma inspiração à belos trabalhos!...

É neste bailado dos pincéis sobre superfícies incolores que a artista, mãe de três filhos, que fazem parte de seu grandioso acervo de obras primas, rítmica seus versos em cores que vão criando fascinações!... O olhar da menina que encantou-se outro dia com uma simples caixinha de lápis de cores é diferente, não é comum, enxerga a essência das coisas a as transformam de abstrato ao concreto.

Dóris, é amiga do silêncio, como os grandes artistas da humanidade. É no silêncio que o gênio da criatividade atua. O silêncio florido, perfumado, de sabores infindos... No silêncio em si mesmo o carpinteiro de Jerusalém trabalhava as peças rusticas intuindo o homem belo, assim fazia o Sábio grego e o Aleijadinho das Minas Gerais, desroupava das pedras, belas obras de artes. De mesmo modo trabalha a amante do silêncio... São florais, natureza morta, paisagismos, casarios, figuras humanas que, às mãos desta talentosa mulher vão dando formas e cores com uma pitada de alma amorosa...

Assim é Dóris Helena, uma autentica Artista Plástica! – autodidata.










VAN GOGH E THÉO - O FASCÍNIO DA AMIZADE



Por Agnaldo Tavares


Van Gogh : Pintando com as Palavras - ator: Banedoto Cumberbatch


O genial pintor Van Gogh, em suas cartas a Théo [seu irmão] nos contempla, além da sua experiência artística, com o que há de mais belo na amizade sincera entre duas pessoas.

Suas cartas é um conjunto no qual se lê valores tão fundamentais na partilha humana, e que hoje, diante das transformações econômicas e sociais drásticas, nas quais os sentimentos humanos perdem a cada passo o valor solicitado na prática.

É bom amar tanto quanto possamos, pois nisso consiste a verdadeira força, e aquele que ama muito realiza grandes coisas e é capaz, e o que faz por amor está bem feito. [Cartas a Théo, Van Gogh].

Theo, sempre o irmão dedicado, servindo-se ao pintor em suas necessidades vigentes... É ele quem “banca”, os sonhos de Van Gogh em se tornar um bom pintor de telas, enviando a este o dinheiro para que tenha abrigo, alimentação, vestimentas, cores, telas e tudo mais que necessitasse em seu encontro com a arte.

Caro Théo, obrigado pelo dinheiro, pelas tintas e telas. Com a sua ajuda posso ir adiante, sinto a força para trabalhar crescendo em mim a cada dia. Você percebe Théo, que o que eu estou fazendo é novo. [Cartas a Théo, Van Gogh].

O pintor tão excêntrico no uso das corres, tão “violento” em suas pincelas, tão entregue a arte com a sede inexorável do entender seus signos e significados, procura sempre agradar a seu irmão oferecendo retorno a sua aposta.

Os sofrimentos do pintor, a sua agonia, sua excitação pelas cores somada à enfermidade e o sentimento de fracasso o leva a atirar contra seu próprio peito, ocasionando sua morte dois dias depois. Chocado com a perda do irmão, Théo fica em estado paralitico e, passado alguns meses, também morre.

Agora vivemos num mundo em que a pintura, está tomada de pessoas que ganham muito dinheiro. E não pense você que estou imaginando coisas. As pessoas pagam muito pela a obra quando o próprio pintor se suicida. [Cartas a Théo, Van Gogh].

O livro das “Cartas a Théo” traz a agonia do pintor com tanta intensidade que nos leva aos ambientes nos quais o pintor viveu sua experiência extraordinária com a arte. É possível sentir o cheiro de tinta impregnada em cada uma de suas cartas.

Estou possuído pelo novo prazer que sinto nas coisas que vejo, porque tenho uma nova esperança de fazer algo que tenha alma. Estou a tal ponto lambuzado de cores que há cores até nesta carta... [Cartas a Théo, Van Gogh].

A BBC nos presenteia um filme/documentário, excelente, intitulado “Pintando com palavras” (2010), no qual destaca com originalidade partes das cartas de Van Gogh a Théo, apresentado por Alan Yentob e tão bem representado pelo ator Benedict Cumberbatch.

Outro filme, extraordinário, que vale a pena conferir é “Sede de viver”, produzido em 1956, tendo por ator principal Kirk Douglas, no qual é tão bem representada a agonia e o êxtase do genial pintor.









sábado, 5 de setembro de 2015

MEU PÉ ESQUERDO - Resenha/ Resumo

Por Agnaldo Tavares

UMA HISTÓRIA DE SUPERAÇÃO: SURPREENDENTE E FASCINANTE



“Meu Pé Esquerdo” (My Left Foot, 1989) conta a história real de Christy Brown, escritor e artista plástico, representado pelo ator Daniel Day-Lewis (Oscar de melhor ator).
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Christy nasceu com paralisia cerebral, o que lhe tirou quase todos os movimentos do corpo, restando apenas com mobilidade o seu pé esquerdo.

De família irlandesa, muito pobre, ele sofreu com a privação do que é necessário para se levar uma vida razoável. E nesta atmosfera Christy resiste e nos traz um exemplo extraordinário de luta implacável contra os desconfortos da vida.

O filme tem início com uma cena peculiar de Christy. Com o seu pé esquerdo ele põe um disco de vinil para tocar, e a música sonoriza as primeiras cenas...




Christy é levado de carro, junto com a mãe o os irmãos, para a apresentação de sua personalidade em um evento sobre deficientes celebrais. Ao chegar, ele é conduzido por uma enfermeira, Mary Car (Ruth McCabe) a uma sala na qual aguarda o instante de ser apresentando ao público. Ele entrega o original de seu livro para a enfermeira que o faz companhia, ela então abre o livro e por aí começa a narrativa da história de Christy Brown.

Em sua autobiografia, Christy descreve seus primeiros momentos de vida:

Quase todos os médicos que me viram e me examinara rotularam-me como um caso interessante mas sem esperanças. Muitos disseram à minha mãe, com delicadeza, que eu era deficiente mental e que seria assim. Foi um grande choque para uma jovem mãe que já tivera cinco crianças saudáveis. Os médicos estavam tão certos do que diziam que a fé de minha mãe em mim parecia quase uma impertinência. Asseguraram-lhe que nada poderia ser feito por mim.

Ela recusou-se a aceitar a verdade inevitável – como então parecia – de que eu não tinha esperanças. Ela não podia e não acreditariam que eu era um imbecil, como os médicos afirmavam. Não havia nada nesse mundo em que pudesse se basear, nem uma mínima evidência para apoiar a sua convicção de que, embora o meu corpo fosse aleijado, a minha mente não era. Apesar de tudo que os médicos lhe disseram, ela não podia concordar. Não creio que soubesse por quê – apenas sabia, sem que a menor sombra de dúvida lhe passasse pela mente.” (Brown in Buscaglia, 1993, pag. 91).

Voltando ao filme: é narrada a reação odiosa de seu pai quando ao saber, na maternidade, a deficiência do filho. Ódio que o acompanha boa parte de sua vida. A forma com que ele trata o menino deficiente é diferenciada ao restante dos filhos. Pois ele o vê como um estouvo, um imbecil o que, na mentalidade insana do senhor Brown (Ray McAnally), não o faz um representante legítimo da família.



Em uma das primeiras cenas dramáticas do filme, a mãe de Christy, ao entrar em trabalho de parto, termina por sofrer um acidente em casa, caindo da escada quando descia para procurar ajuda na vizinhança. Christy desse a escada rastejando até chegar a porta onde sua mãe se encontra ao chão. Então, o menino diante àquele momento de incapacidade da mãe, com o pé esquerdo, batendo contra a porta faz barulho até chegar ajuda.



Em meio à dificuldade financeira, sem recursos para comprar uma cadeira de rodas, o pai de Christy, usando de um caixote, inventa uma espécie de carrinho para locomoção do menino. A garotada animada se diverte empurrando o Christy pelas ruas do bairro...



Em uma dessas brincadeiras, em que os garotos, curiosos, repassam as páginas de uma revista de nudez feminina, sentindo a presença de algum adulto, a senhora Brown, eles escondem a revista no carrinho, por baixo do corpo de Christy. Fato que termina por incriminar a menino, tendo que suportar os sermões do padre e os assombros de purgatório e inferno.



Num dos encontros dos irmãos Brown’s em casa, estudando Matemática e Geometria, Christy surpreende a todos, especialmente ao pai, quando ao apanhar um giz com o seu pé, ali mesmo no chão, e escreve algumas letras até formar o nome Mother (mãe).



O senhor Brown se enche de orgulho do pequeno Christy, carrega seu filho nas costas ao bar e apresenta aos seus colegas dizendo que aquele menino é um gênio, um verdadeiro Brown.



Os irmãos de Christy, procuram sempre o incluir em suas diversões. Em uma partida de futebol organizada ali mesmo no bairro, entre seus irmãos e os colegas, o menino [agora rapaz] surpreende, como sempre tem feito. Em uma cobrança de pênalti, os irmão fazem questão que o Christy faça a cobrança, o que ele termina por marca o gol que define o time vitorioso daquela brincadeira amistosa.



Christy se apaixona pela primeira vez, e por uma das moças do bairro, faz uma pintura em um pequeno quadro e escreve alguns versos nas bordas dedicando a ela.



A moça, em primeiro momento, fica encantada, mas ao descobrir, por uma de suas amigas, que o pretendente era o deficiente Christy Brown, ela mesma faz questão de o devolve, deixando o rapaz desconsolado. Mas, tão logo, Christy supera aquele triste momento.



Como a família Brown é economicamente pobre. Com o desemprego do pai, eles passam uma vida "apertada", tendo de sustentar muito mal. Certa vez, ao faltar carvão para aquecerem no inverno, Christy, acorda na madrugada com muito frio. Astucioso, diante daquela situação incomoda, planeja com seus irmãos roubar parte da carga de carvão de um caminhão. O que dá certo. Sua mãe, quando chegam com o carvão, ela não apoia aquela atitude dos filhos.



A certa hora da noite, quando todos se aqueciam frente à lareira, exceto a senhora Brown, esta relutante à atitude dos filhos, Christy percebe uma pequena lata cair no fogo, apavorado ele não consegue dizer, apenas balbucia algumas palavras incompreendidas por seus irmão e o pai.



Ao chamado dos filhos, a mãe corre para a sala, e então ela compreende Christy apenas com um olhar.



Apressa à lareira, mesmo queimando as mãos ela consegue resgatar a latinha e preservar intactas as economias guardadas para comprar a cadeira de rodas de Christy, o que se torna uma realidade alguns dias depois.



Meio que resistente ao tratamento, Christy termina por ceder à experiência.



Sentindo-se constrangido por se tratar de um espaço mais exclusivo para crianças, o rapaz interrompe o tratamento por si só.



A Dr. Eileen persiste e consegue o convencer a se tratar em casa, acompanhado do carinho da sua mãe, a senhora Brown, o que, meio resistente, termina por aceitar.



Passado algum tempo, depois de muitos esforços da doutora, o paciente tem melhoras significativas, tanto que aprendera, de maneira considerável, a recitar versos de um dos clássicos de Shakespeare, “Hamlet”. Porém, a certo momento o rapaz começa a recusar continuar o tratamento. Sua mãe, já havia percebido algo diferente na entoação da voz do filho, tanto que ela chegou a comentar com o marido que Christy estava apaixonando pela Dr. Eileen Cole, e que se preocupava com o andamento daquela situação.



Eileen apresenta uma proposta a Christy, sugerida por Peter (Adrian Dunbar), de expor suas pinturas para a apreciação do público, o que Christy aceitou com entusiasmo.



Porém, até este momento ela não havia revelado ao rapaz que ela e Peter eram namorados, e que em breve iriam se casar, o que veio a acontecer quando se encontravam à mesa bebendo: Ela, Christye, Peter e mais alguns amigos do casal. Christy, aproveitando a ocasião, declara seu amor por Eileen publicamente.



De inesperado, ele toma conhecimento, da própria Eileen, que ela e Peter iriam se casar.



Christy, que já estava numa altura elevada da bebida, termina por se embriagar ainda mais, bebendo seguidamente diversas porções. Ele escandaliza Eileen diante aos amigos, o que enfurece Peter, o qual tenta empurrar para fora do estabelecimento o rapaz cadeirante.



Eileen impede o namorado com tom agressivo, o qual sem mais dizer ou praticar qualquer ato, segue embora do estabelecimento.



Depois do desfecho daquela trama na qual se envolvera, Christy entrou em profundo estado depressivo, o que o fez parar de pintar por longo tempo. Em uma das crises depressivas, Christy, depois de escrever um pequeno bilhete, tenta cortar seu pulso com uma navalha suspensa com o pé esquerdo, e não consegue executar o suicídio.



A mãe de Christy com palavras duras diz a ele, naquele estado deplorável que se encontra, que não desistiria do seu filho, que ele havia partido seu coração, e acreditava que ele, o Christy, é o seu coração.



Apanhando algumas ferramentas ela começa a alicerçar um quartinho no quintal de casa dizendo a Christy que, tendo um quarto só para ele, assim pudesse voltar a pintar.



Quando o senhor Brown chega junto aos seus filhos, deparam com uma cena, a certo ponto engraçada: enquanto Christy, com seu pé segurando uma pequena pá, mistura a massa, sua mãe fixa os tijolos.



Então, como a profissão do senhor Brown é pedreiro, junto com os demais filhos constroem o quartinho para o Christy.



Retomado seu entusiasmo, Christy com a ajuda do seu irmão mais novo, escreve o livro de sua história, o qual lhe rendeu algum dinheiro contribuindo assim com a melhora da situação financeira da família, o que foi tão necessário, pois àquelas circunstancias já era ausente o pai, por ter falecido em um infarto fulminante.



As últimas cenas do filme trazem de retorno Eileen e mais uma proposta feita a Christy, o convidando para um evento no qual sua presença serei muito importante, que ele aceitasse pelos deficientes celebrais, proposta a qual Christy aceitou, mesmo diante de não gostar de aparecer um público.



Diferente da exposição de pinturas, Christy não seguiu ao encontro de sua apresentação com o coração apaixonado por sua médica, desejoso de revelar o seu amor por uma mulher que ele tinha mais que admiração.

A enfermeira de Christy, por àquelas horas de espera para enfim se apresentar ao público, o fez cativado em sua companhia, e ao mesmo tempo se permitiu ser conquistada pelo autor daquele livro o qual lia mergulhada na tão brilhante história de vida da daquele moço. Ela diz para Christy que tem um encontro marcado para depois do expediente, ele, a questiona por varias vezes se ela ama esse encontro. Ela não afirma, e então Christy percebe em seus olhos que ela não ama aquele encontro, e assim como que insistentemente pede a moça que fique com ele. Muito inteligente, Christy deixa registrado o seu pedido quando ao autografar o livro para ela.


No final daquela apresentação de Christy Brown ao público, ao receber um ramalhete de rosas e entregar a sua mãe, cordialmente ele pede a senhora Brown que lhe dê uma das rosas, e olhando para Mary, seguro a rosa com o pé esquerdo, estende em direção da moça e a oferece.



Christy Brown e Mary Car se casaram em 5 de outubro de 1972.








sexta-feira, 4 de setembro de 2015

ESCULTURAS SONORAS: Cores, Sons e Tecnologia

Por Agnaldo Tavares



Como em toda expressão artística, as esculturas sonoras surgem do raciocínio do homem em contato com as coisas visíveis e suas experimentações. Lembrando que, nem todo homem tem esta percepção criadora visionada nos objetos ao seu alcance, modelando-os e transformando em obras de arte. Os processos para a criação de uma Escultura Sonora, aparentemente, parece muito simples; sua execução, como se vê, é incrivelmente linda.



Em uma de suas variantes, a pintura, que surgiu dos projetos: Aqueous, de Mark Mawson, e Bring color to life da agência publicitária Dentsu, o que parece ser a mais aplausível aos olhos, basta uma membrana em torno de um pequeno alto-falante e, colocada gotas de tinta sobre esta membrana.



Daí é é pôr uma música e assistir o bailado das pequenas gotas de tinta sobre membrana à vibração sonora do objeto adaptado. E o que vemos, são cores dialogando entre si... Ora dançando soltas, ora envolvidas como cisnes sobre as águas em seu rito de acasalamento...



E esta dança tão divinamente bela só é possível assistir com a ajuda da tecnologia em seus aparatos. É através de câmaras profissionais com lentes que capta em altíssima velocidade que é registrado o formidável ensaio das cores formando-se em escultura nas quais se "vê" o som registrado em seu estado físico.



Então, neste jogo de cores, sons e tecnologia percebemos o valor da arte enquanto meio de comunicação e interação, levando o individuo a questionar a si mesmo diante as transformações sociais tão constantes.